quinta-feira, 21 de agosto de 2008

VENDO TV: GEO-ESTRATÉGIAS

Ouvi ontem a actriz e ex-deputada, Odete Santos, afirmar que «os ocidentais não entendem o pensamento dos orientais nem os orientais entendem o pensamento dos ocidentais». Concordo.
O pensamento tem a ver com o sentir, a cultura, a história, o ambiente, as condições de existência e vida, com as expectativas e aspirações, e muito mais ainda. E tudo isso é o bastante para gorar à partida qualquer tentativa de globalização hegemónica. Tem até contribuido para muito conflito social e político. Cada um se acha senhor da razão e da verdade absoluta, tentando impô-las aos outros.
Bom-senso é o que tem faltado nas investidas políticas entre ocidente e oriente.

De novo assistimos a uma escalada de ameaças e afrontamentos entre o ocidente Euro-Washingtoniano e a Rússia. E tudo por causa dum títere de aspirações ditatoriais que governa a Geórgia, acoitado, tal como outros antes dele o foram em outras partes do globo, por Washington e seus lacaios.
E isto remete-nos a uma reflexão sobre o papel da NATO (ou OTAN). Ora a NATO foi criada num clima de guerra-fria entre os aliados Europa-USA contra o Bloco liderado pelos Soviéticos. Ora com o fim do regime soviético e o desmembramento do Bloco de Leste, o passo mais óbvio seria a dissolução da NATO, para que se desse início a uma nova fase de diálogos e procura de entendimentos conducentes a diplomacias tendentes a uma aproximação de interesses e intercâmbios pacificadores.

A Europa devia se organizar numa política geo-estratégica própria e deixar de acolitar os desvarios imperialistas de Washington. Enquanto ela permanecer algemada aos USA, os seus possíveis aliados historicamente naturais, sempre terão suspeitas a respeito da sua imparcialidade.

Os primeiros motivadores da crise georgiana são os USA, acolitados pela Europa, com o seu cerco estrangulador de instalações bélicas junto às fronteiras da Rússia. Ora cão acossado não fica manso. Que esperavam que a Rússia fizesse, perante a tentativa de lhe retirarem as zonas tampão de segurança a Sul, quando já antes se haviam apropriado das mesmas a Oeste?

2 comentários:

São disse...

Concordo totalmente.
Colocar armas em todas as fronteiras da Rússia ´, como se diz no Brasil, "cutucar onça com vara curta"!
Por favor, elimina as letras, sim?
Desejo boa transição.

ManDrag disse...

Salve! São
Bem vinda ao Confessium.
Sim vivemos dias muito voláteis. Cada vez se exige um maior cuidado e ética na diplomacia internacional. Principalmente quando se trata de zonas de equilíbrio geo-estratégio tão precário.
Julguei que já havia retirado as letras de todos blogs, mas afinal faltava este. Já está retirada a função.
Obrigado pelo apoio.
Salutas!