quinta-feira, 26 de março de 2009

DUARTE

Chama-se Duarte. Nasceu ontem, 25 de Março. É filho dos meus sobrinhos David e Carina. 
É mais um cidadão europeu, com todos os privilégios a que esse estatuto dá direito.

Uma criança é responsabilidade de toda a sociedade. 
Lembro as tribos ancestrais, para quem uma criança era um tesouro para toda a tribo, respeitado e acarinhado por todos. 
Diziam esses antigos sábios que era necessário uma aldeia inteira para educar uma criança. Era e é, pois ainda assim continua sendo nos nossos dias de hoje, no nosso moderno mundo, em que também é necessário todo um mundo para educar uma criança; para o bem e para o mal.

Mas nem todas as crianças nascem iguais. Assim pudessem a grande maioria das crianças de todo o mundo, disporem de todas os cuidados e vantagens duma criança nascida no seio duma família de classe-média num país integrante da Comunidade Europeia, como é o caso do meu sobrinho-neto.

Duarte... Tens um lindo nome, que evoca um distinto monarca do teu país; D. Duarte de Portugal, o Eloquente, o Rei-Filósofo. Assim também brilhes tu em sabedoria e ventura!

domingo, 22 de março de 2009

INTELIGÊNCIA NA POLÍTICA

A recente mensagem de Noruz (Bom Ano Novo Persa) dirigida por Barack Obama à Nação Iraniana é uma prova de grande inteligência política, assim como uma demonstração de como deve ser feita a Nova Política.

O presidente, ou o monarca, duma nação é o representante do povo que constitui essa nação; é ele o rosto de todo um povo. Ao dirigir-se directamente ao povo iraniano Obama falava em nome do povo americano, como se os povos dialogassem entre si. Assim se faz política em verdadeira democracia; os políticos falando para o povo e não apenas em circuito fechado entre eles.

Diplomacia é inteligência na política. Quando essa diplomacia é feita partindo dum Chefe de Estado dirigindo-se directamente ao povo de outra nação, então essa é Diplomacia Democrática ao mais alto nível.

O político nunca deve esquecer a humildade de que está ao serviço dum povo e, num mundo que se constrói global, a política deve ser inclusiva. Todos devem ser olhados como membros integrantes duma comunidade universal e alvos do mesmo respeito e dignidade.

A Paz nunca foi, nem será, alcançada com armas. A Paz constrói-se com gestos de amizade e palavras de entendimento. Bravo aquele cuja ousadia leva a quebrar os maus hábitos e ensaia novos modelos; modelos de harmoniosa convivência.

Se a Tomada de Posse de Obama como Presidente dos USA foi um marco histórico universal, a sua mensagem de Noruz (Ano Novo Persa celebrado a 21 de Março) ao povo do Irão foi o início de uma Nova Era de fazer Política e de dirigir a Diplomacia.

sexta-feira, 20 de março de 2009

RUN FOR LIFE

Hoje dois amigos me enviaram um texto por email, cuja autoria estava atribuída ao jornalista João Pereira Coutinho  e ao qual não consegui ficar indiferente. Irei transcrevê-lo neste meu post, violando assim as minhas próprias regras de publicação, mas entendi ser necessário.

"A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição."

Isto me fez lembrar um documentário televisivo, a que assisti recentemente, sobre crianças sobre-dotadas e onde uma menina com grande aptidão para tocar piano, foi forçada a abdicar definitivamente do manuseio do seu instrumentos favorito, devido às constantes tendinites e consequentes deformações nos pulsos causadas pelos treinos intensivos a que os seus pais a estimulavam em vista a torná-la numa executante de sucesso.
Mas voltando ao texto de João Pereira Coutinho:

"Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito.
É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho."

Entretanto vamos nos esquecendo de viver. Esquecemo-nos de olhar em redor e desfrutar de tudo que de bom nos rodeia, e de contribuir com a nossa solidariedade para rectificar o que de mal encontramos.
Mas voltando a João Pereira Coutinho:

"Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos mais desesperamos."

"A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.
Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!"

Que mais acrescentar? Creio que ele disse tudo.

sábado, 14 de março de 2009

VATICANO: TRONO DE ASSASSINOS

Foi o massacre dos Cátaros.

Foram as Cruzadas, com todo o seu historial de chacinas e pilhagens.

Foi a perseguição aos Templários, com a sua eliminação a fio-de-espada.

Foram séculos das atrozes e infames fogueiras do Santo Ofício da Inquisição, mais o seu perverso sistema das mais desumanas torturas.

Foi a metódica eliminação das estruturas sociais e culturais dos povos nativos das Américas Centrais e do Sul, de África, da Austrália... e mais mundo houvesse. Muitas vezes conivente com a escravização desses mesmos povos ou com a sua sumária eliminação.

Foi o silêncio cúmplice perante os horrores do holocausto nazi.

Foi o ignóbil auxílio na fuga dos criminosos nazis.

É o rol de casos de pedofilia, perpetrados alguns por altos dignatários da hierarquia católica, abafados e subtraídos impunes perante a justiça.

É a criminosa actuação da Igreja perante o flagelo da pandemia da SIDA no continente africano. Um verdadeiro genocídio por inacção perfidamente premeditada.

São as condenações e excomunhões à la carte, justificadas por um dogmatismo doentio e malévolo.

E tudo isso teve início na abolição dos ensinamentos de Cristo por esse tal Paulo de Tarso, cuja semente demoníaca perdura  no olhar cinicamente agoirento deste que agora se senta no chamado Trono de Pedro.


quinta-feira, 5 de março de 2009

SETE

Primeiro estava com falta de motivação para escrever. Depois pensei em escrever sobre o Vaticano. Então me ocorreu a ideia de escrever sobre o Príncipe Faudel e, comecei recolhendo dados. Mas ao assistir os noticiários televisivos desta noite a indignação falou mais alto e me impeliu a botar os dedos no teclado e deitar para fora a infame denúncia.

Neste país que se debate com uma profunda crise económica, em que todos os dias fecham empresas por falência, atirando para o desemprego milhares de funcionários, quase todos com salários em atraso. Onde uma das principais empresas exportadoras ameaça fechar e deixar no desemprego mais um milhar de trabalhadores.

Num país em que o cidadão comum se debate para manter com dificuldade os seus compromissos financeiros, retirando no orçamento da alimentação verbas para satisfazer as crescentes dívidas. Em que cada vez mais há os chamados novos-pobres, que são pessoas empregadas mas que não ganham o suficiente para suportar as despesas do quotidiano.

Num país em que o consumo decresce em todos os sectores, inclusivamente no automóvel, revelando a incapacidade do cidadão comum manter os seus níveis de vida normais. Eis que oiço a jornalista informando que apenas nestes dois (DOIS) primeiros meses do ano já se venderam 7 (SETE) Ferraris em Portugal. No mesmo período do ano passado apenas 2 (DOIS) Ferraris haviam sido vendidos.
Marcas como a Bentley e a Aston Martin não apresentam ainda algum decréscimo nas vendas.

!!!...!!!...!!!

Afinal onde está a crise? Afinal parece que a crise é benévola para alguns. Normalmente os parasitas são os que mais proliferam em ambientes de caos.

É o fim da ética, do pudor, da solidariedade. 

É o fim da vergonha!!! 

A sociedade da ganância no seu melhor!!!