sábado, 17 de outubro de 2009

E A GUERRA CONTINUA...



Morro dos Macacos, Rio de Janeiro, 17 de Outubro de 2009. 
5 mortos (2 agentes da PM e 3 criminosos) e 8 feridos, até ao momento em que escrevo, na guerra entre traficantes rivais, apenas este Sábado. Um helicóptero (onde iam os 2 PM mortos) da Polícia Militar abatido pelo fogo dos criminosos. Vários veículos de transporte colectivo incendiados em vários pontos da cidade (supostamente para desviar a atenção das autoridades).

E assim o Rio de Janeiro se prepara para receber as Olimpíadas de 2016.

Tantas questões se levantam pela estupefacção do avolumar duma tragédia inusitada. Serão estas as novas guerras do futuro? Dum futuro que se faz já presente...

O tráfico de armas de guerra com destino a bandos de tráfico de droga está mais que evidente. Agora os traficantes iniciam guerras urbanas, com armamento militar, para conquistar zonas de influência e pontos de tráfico. Estas disputas já não são com as autoridades policiais e militares, mas entre facções rivais. Aqui as forças oficiais apenas entram como árbitros, tentando recuperar uma paz podre.

Quando os meliantes conseguem abater uma aeronave de combate militar... Já não se trata dum problema de tráfico de droga urbano. É mais um problema de segurança geral, numa cidade vocacionada para o turismo e que pretende ser anfitriã dum mundo em festa, num futuro próximo.

Mas será um problema apenas do Rio de Janeiro? Não, infelizmente é mais generalizado. A criminalidade e violência são um produto comum do quotidiano brasileiro. E alastra pelo mundo.

E se a moda pega?...

domingo, 11 de outubro de 2009

O EXEMPLO DISPENSÁVEL



Ermelo, Mondim de Basto, 7.30h. O processo eleitoral foi suspenso por um crime na assembleia de voto.

Um candidato eleitoral mata o marido da candidata do partido rival em plena assembleia de voto, minutos antes de esta abrir. Não interessa de que partidos, pois se um disparou o outro também, se um foi alvejado o outro também, se um estava armado o outro também.

É isto a imagem da política portuguesa? É isto a imagem da tolerância dum povo do dito primeiro-mundo? É isto o convívio pacífico da Democracia? É isto o exemplo do "ama o próximo" e do "dá a outra face", numa região de tradições tão arreigadamente religiosas? Por onde andam os bons costumes do povo português? Ou esse paradigma não passa dum devaneio auto-promotor?

Foi alegada legítima defesa. O quê?! Desde quando se vai armado, de arma de fogo, para uma assembleia de voto, sem que haja premeditação de crime? Mas que é isto??? Estamos no faroeste? Estaremos importando hábitos arruaceiros da politicagem latino-americana? Até mesmo esses estão se tornando civilizados! Que se passa na cabeça desses caciques rurais? E os partidos de que eles fazem parte? Quando começarão a tomar medidas para a higienização das suas fileiras?

Tenho passaporte português e encontro-me a viver no estrangeiro, num país dito "em vias de desenvolvimento". Apresento sempre como exemplo de boas práticas os modos de fazer e viver portugueses e europeus, ao tentar estimular a cidadania e civilidade. E agora?...

Agora... espero castigo exemplar para o interveniente sobrevivente da infame disputa. Espero também uma verdadeira purga em todo o sistema político português e europeu. 

Chega de bandalhos à frente dos destinos das nações!!!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A ADAGA


A atribuição do Prémio Nobel da Paz de 2009 a Barak Obama é uma adaga apontada ao desempenho futuro do Presidente dos Estados Unidos da América.

Entendo esta atribuição mais pelo advir, que por feitos passados. Barak Obama trouxe uma esperança de mudança na governação duma das mais influentes nações do mundo actual. Mas pouco mais que isso fez, no curto espaço de tempo que vem desde a sua nomeação no cargo de Presidente. 
Contudo, não pretendo com isto defender que apenas os sublimes heróis divinamente abençoados merecem o destaque e reconhecimento. Talvez seja este também um gesto de intenção de mudança na política de atribuição dum prémio que tantas opiniões contraditórias levanta sempre.

Grandes desafios esperam Obama e todo o seu desempenho irá ser apreciado dum modo muito mais exigente, por opositores e adeptos. Esperemos que o rasto da sua governação venha a estar ao nível da expectativa levantada por esta honrosa distinção.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O CRIME DAS LARANJEIRAS

Brasil

À dias militantes do MST (Movimento dos Sem Terra; nome que eu acho irónico pois eles acham que qualquer nesga de terra em território brasileiro é deles) atacaram criminosamente um laranjal no Estado de São Paulo, ocupando a herdade e destruindo cerca de 7000 mil laranjeiras, derrubando-as com um tractor. 

Alegação para o atentado: "a intenção era desbravar terreno para cultivar feijão pois só de laranjas ninguém vive", afirmação de Claudete Pereira de Souza, coordenadora do movimento. Uma afirmação destas se não fosse grave até poderia parecer anedótica.

O Brasil está entre os maiores produtores de feijão e laranja do mundo, sendo o maior exportador mundial de concentrado de laranja para sumos e refrigerantes. Qualquer atentado a uma empresa dessa magnitude nacional e internacional seria entendido como um crime. Mas isso num país... enfim, cala-te boca! 

No Brasil as entidades oficiais (cobardes ou corruptamente permissivas) afirmam tratar-se duma acção de manifestação social, logo não passível de incriminação, nem julgamento.
E o respeito pela propriedade alheia de interesse colectivo? E o respeito pelo trabalho e pela vida? E a barbárie de motivação duvidosa?

E afirmam estes MST serem defensores duma Reforma Agrária. Reforma Agrária, por parte de quem não tem a mínima consciência, nem respeito pelo acto agrícola?!

domingo, 4 de outubro de 2009

ORA SIM, ORA NÃO


Em Junho de 2008 os irlandeses votaram NÃO ao Tratado de Lisboa, em referendo. A Europa caiu de joelhos, derrotada. O sonho de continuar na consolidação duma unificação exemplar estava em risco. 

O povo irlandês tinha utilizado o referendo como arma de punição ao seu próprio governo, indiferente ao que esse gesto implicasse para milhões de outros europeus. A unidade de todo um continente estava garrotada por uma só nação.

Em Outubro de 2009 os irlandeses vão de novo repetir o mesmo referendo e respondem SIM. A Europa suspira de alívio. O processo de implementação do Tratado de Lisboa pode prosseguir.

Assolado pela crise económica e procurando apoio para a recuperação do estado de graça anteriormente vivenciado, o povo irlandês pôs de parte a sua arrogância nacionalista e deu o dito por não dito. Afinal as benfeitorias de pertencer a uma super-economia falam mais alto.

Será que isto dignifica a democracia? Será isto a justiça democrática? Será que povos acomodados e desinteressados dos processos políticos, são boa fonte de consulta para decisões maiores?

Não se assemelhará esta democracia por vezes a anarquia? Ou mesmo ditadura, quando uma minoria impõe a sua vontade a uma imensa maioria.

Será que o Povo estará já preparado para uma União supra-nacional?

sábado, 3 de outubro de 2009

MARINUS VAN DER LUBBE

27 de Fevereiro de 1933, Marinus van der Lubbe entra para os compêndios de História. 


Acusado de ter ateado o incêndio do Reichstag, foi condenado à morte por decapitação, tendo a sentença sido executada a 10 de Janeiro de 1934.

Os historiadores reconhecem como plausível a sua culpabilidade no incêndio. 

Mas a acusação será sempre duvidosa pelo facto de ser promovida pelos nazis no poder, que sempre se utilizaram de todos os esquemas imorais para alcançar os seus intentos. O caso serviu de pretexto para Hitler prender os líderes do partido comunista (partido com o qual van der Lubbe estava envolvido) e fazer aprovar o Decreto do Incêndio do Reichstag, onde se restringia a maioria dos Direitos Humanos.

O incêndio do Reichstag começou pelas 21.14h e os relatos afirmam que ele foi ateado em vários pontos do edifício. À chegada de socorros deu-se uma grande explosão na Câmara dos Deputados e a Polícia encontrou Marinus van der Lubbe em tronco nu, dentro do prédio.

Anarquista e activista, com problemas de visão devido a um acidente de trabalho como pedreiro (a sua profissão), van der Lubbe acreditava e promovia a acção directa.

Quantos Marinus van der Lubbe continuarão a haver ainda na História?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

OLIMPÍADAS DE 2016

Faltam apenas algumas horas para a decisão sobre onde se realizarão as Olimpíadas de 2016. 

Grande expectativa rodeia as quatro candidaturas finalistas e os seus apoiantes. Festejos se preparam em todas as cidades candidatas, mas apenas uma celebrará a escolha.

Dentro do grupo, a candidatura do Rio de Janeiro ganha simpatias porque, a ser escolhida, traria pela primeira vez a realização deste grandioso evento desportivo para a América do Sul. Seria um claro sinal para o mundo de que os países do outrora esquecido hemisfério sul, começam a se revelar como participantes de pleno direito na cena internacional.

Em termos do apoio da população da cidade, o Rio de Janeiro não tem de que reclamar, pois a sua população é bem ávida de festas e se apresenta como aderente incondicional do evento. Contudo os madrilenos também perfilam da mesma postura.
Chicago não conta com o apoio popular, mas apresenta o melhor projecto em termos de inserção urbanística. Quanto a Tokyo... é a candidatura do pragmatismo e eficiência tão peculiares aos japoneses.

Esperemos então, para ver qual o resultado.