quarta-feira, 30 de junho de 2010

DIVAGANDO

Discute-se religiosidade e ateísmo, discute-se a existência de deus. Debate-se a inclusão ou não duma disciplina de religião e moral (cristãs) nos programas de ensino oficial. Mas que formação espiritual damos verdadeiramente aos nossos jovens?
Pretendemos debater o interesse da religião no ensino, mas será que ensinamos os nossos jovens a pensar? Por que não ensinamos princípios como espiritualidade, civismo, cidadania, aos jovens? Porque não ensinamos filosofia? Porque não ensinamos o que é a língua, como se forma e para que serve?
Quem pretendemos iludir quando impingimos dogmas e teoremas sem nenhuma relação óbvia com a experiência imediata da formação de cada um?
Como se pretende contribuir para um mundo melhor quando não se ensina a pensar e a ocupar o seu lugar no universo?
Os pais afirmam tentar dar o melhor para os seus filhos, mas ninguém pode dar aquilo que não tem. Não nos ensinaram a pensar e a reconhecer o nosso lugar na vida. Como fazê-lo aos outros?

terça-feira, 29 de junho de 2010

NA LISTA

A menina na foto tem seis anos de idade e chama-se Alyssa Thomas. Outro dia ela ia viajar de avião com os seus pais de Cleveland para Mineápolis, nos USA, mas foi impedida de embarcar pois as autoridades descobriram que o seu nome estava na lista de perigosos terroristas impedidos de voar no espaço aéreo americano, pela agência de segurança nacional.

Depois de longo diálogo os pais lá conseguiram persuadir a companhia aérea a deixar a menina completar o voo junto com os pais, sob compromisso de no final da viagem esclarecerem o assunto com a Segurança Nacional. O que fizeram. Mas o resultado foi bem ao nível da abertura de espírito e inteligência aguda bem típicas do pensamento americano; limitaram-se a rejeitar qualquer hipótese de retirar o nome da menina da lista ou a esclarecer qualquer confusão de informações sobre a menina ou alguém com o mesmo nome.

E aí está! É esta gente eficiente que se auto-apelida de a polícia do mundo.
Estamos bem entregues!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

GAIOLAS

É assim que vivemos (amontoados, apinhados, engaiolados que nem animais amestrados que somos, prontos a saltar e guinchar à voz de comando) pois todo povo tem aquilo que merece. E enquanto um povo não perceber que tem de se erguer e construir o seu existir como ser humano digno desse nome... Haveremos de continuar a ser os saguins de diversão dos poderosos que engordam com a nossa seiva vital.

É tempo de o povo perceber que a vida está muito além de novelas e futebois.
Viver dignamente é muito mais que ter um carro à porta ou um novo modelo de telefone móvel 3G, 4G, 7G, ou o raio que te parta G!
Cada vez mais somos a sociedade da imbecilidade. Os objectivos de vida das massas populares resumem-se a poder de compra e capacidade de endividamento. Não nos importamos com o quão escravo seja o nosso trabalho desde que tenhamos o dinheiro para satisfazer as falsas necessidades que nos incutem nas nossas mentes pequeninas e viciadas.

Estamos em pleno século XXI!!! Há milhares de anos que tentamos desenvolver aquilo que chamamos de civilização humana. Mas cada vez é menos humana. Se isto é a civilização digna duma humanidade inteligente... não parece!

Uma sociedade é constituída por todos os seus membros e a civilização o resultado dos seus esforços por se aperfeiçoar. Tal é trabalho para ser feito de mote voluntário e participativo. Tem de ser o povo a sair da sua imbecilidade e exigir o seu lugar no esquema das coisas. Mas um lugar consciente e activo, de agente empenhado.

Basta de saltar quando nos assobiam!

Basta de ficar apodrecendo frente ao televisor com o sorriso idiota de quem não sabe pensar por si!

Se civilização é cultura e saber, vamos então para a rua procurar a vida e aprender o mundo em que ela se desenrola!

Estou farto desta mesmice imbecil de quem anda à toa e ao sabor de modas e interesses de mercado.

E ainda se admiram de vivermos amontoados em gaiolas?...

domingo, 27 de junho de 2010

O QUARTO

A vida não se repete. São momentos únicos, que podemos alongar ou encurtar no cuidado com que os sentimos lavrarem-nos fundo na alma e na carne.
Durante uma semana vi-me retido na clausura do meu quarto, assistido pelos cuidados daquele que vivia cada momento na angústia de vislumbrar alguma recuperação entre o arfar febril do meu mau estar. Mas cabe ao corpo recuperar das suas debilidades; as quais podemos usar para revigorar as forças da alma.
Como um amigo disse: a cama só é boa quando temos saúde. A inércia torna-se uma penitência, o repouso uma tortura, o silêncio uma ameaça e o ruído uma agressão. Tudo chega até nós com novas cores e contornos. As premências e prioridades não são as que conhecemos. O que observamos a partir do nosso estado nada se assemelha ao que comummente entendemos como real. A distorção de perspectivas revela-nos a aberração grosseira da nossa percepção do que chamamos de quotidiano. Uma compreensão viciada e alarve de primazias que nada correspondem ao que verdadeira e humanamente importa.
Passei o meu ordálio. Recupero a normalidade. Mas é sempre uma normalidade diferente. Novas cores traz o mundo neste ressurgir. Novos valores e novas vozes me recitam outros cânticos que são outros rumos.
Desfraldemos as velas!
Cruzemos novos mares!

PS: Agradeço o cuidado de todos aqueles que se interessaram pelo meu estado de saúde e me apoiaram neste momento com a sua presença amiga. Bem Hajam!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

DALI SUBAQUÁTICO

Ainda convalescente, prossigo com a exibição de vídeos.
Leandro Blanco é um artista completo. Ele filma as imagens, compõe e executa a música e monta e edita os vídeos que produz. Convido-vos a visionarem outros vídeos dele disponíveis no Youtube.

terça-feira, 22 de junho de 2010

STILL

Há momentos na vida que valem uma eternidade.
O fado é uma experiência impar. Aqui uma interpretação sublime de Gente Da Minha Terra na voz e alma de Mariza.

É meu e vosso este fado
destino que nos amarra
por mais que seja negado
às cordas de uma guitarra

Sempre que se ouve um gemido
duma guitarra a cantar
fica-se logo perdido
com vontade de chorar

Ó gente da minha terra
agora é que eu percebi
esta tristeza que trago
foi de vós que a recebi

E pareceria ternura
se eu me deixasse embalar
era maior a amargura
menos triste o meu cantar

Ó genta da minha terra


Ó genta da minha terra
agora é que eu percebi
esta tristeza que trago
foi de vós que a recebi

segunda-feira, 21 de junho de 2010

7 - 0

O cordeiro deu um rugido de leão. Todo mundo ficou atónito. Eu, na minha convalescença ganhei um novo alento. Agora entendo na alma como são reconfortantes os feitos da mãe pátria quando estamos longe.
E como ainda não vou tendo cabeça para produções escritas, mais um vídeo. Desta vez os Pink Floyd com Learning To Fly.

domingo, 20 de junho de 2010

RESISTINDO

Ainda lutando contra a febre.
Poderiam ser imagens dum delírio febril, mas é apenas um dos meus vídeos favoritos; Let There Be Light do consagradíssimo Mike Oldfield.
Sei que irão apreciar,

sábado, 19 de junho de 2010

LIMBO

Ontem foi um dia intenso e agitado, a saúde vacilou; descambei. Espero amanhã estar de volta em pleno. Entretanto deixo-vos um video da portuguesíssima Dulce Pontes na também portuguesíssima Canção do Mar.


Fui bailar no meu batel 
Além do mar cruel 
E o mar bramindo 
Diz que eu fui roubar 
A luz sem par 
Do teu olhar tão lindo  

Vem saber se o mar terá razão 
Vem cá ver bailar meu coração  

Se eu bailar no meu batel 
Não vou ao mar cruel 
E nem lhe digo aonde eu fui cantar 
Sorrir, bailar, viver, sonhar...contigo

sexta-feira, 18 de junho de 2010

REGISTO DA JANGADA DO NOBEL

A Jangada de Pedra foi o romance que escolhi para abordar a obra de José Saramago. Autor controverso e de convicções fortes. Autodidacta de origens pobres sempre seguiu os seus ideais, vendo os seus esforços coroados com um prestigiante Nobel da Literatura. Mas isso quem não sabe?
Faça-se justiça à sua memória e leia-se a sua obra.

CONCORDATA COM ISMAELITAS

Príncipe Aga Khan IV, imã dos ismaelitas

É aprovada hoje, pela Assembleia da República Portuguesa, uma concordata com a Comunidade Ismaelita em Portugal. Estabelece-se assim que essa comunidade tenha acesso formal aos mesmos direitos e obrigações que as outras comunidades religiosas radicadas no país.

Ao longo dos anos têm-se vindo a estabelecer relações profícuas do Estado Português com os representantes da comunidade muçulmana ismaelita, nomeadamente com a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento.

A Rede Aga Khan para o Desenvolvimento é uma organização que “reúne diversas agências, instituições e programas” com “mandatos individuais que abarcam desde os campos da saúde e educação à arquitectura, ao desenvolvimento rural e à promoção do empreendedorismo no sector privado. Juntas, colaboram num trabalho que tem um objectivo comum – criar instituições e programas que possam responder, com continuidade, aos desafios resultantes das mudanças sociais, culturais e económicas”(http://www.akdn.org/portugal).

Tal como o cristianismo e outras religiões, o islamismo é um universo que comporta vários mundos sob um mesmo dogma. Se uns representam a sua fé pela intolerância e fundamentalismo criminoso, outros justificam a sua fé com altruísmo e compaixão. Dentro do mundo muçulmano há milhões que são almas de paz e humanismo.

DRAGÕES E BURRÕES

Os jovens de hoje não lêem. É uma queixa que se ouve por toda a parte. Que os jovens não têm hábitos de leitura, que os jovens não sabem procurar conhecimento nos livros, que os jovens não reconhecem a importância do saber...

Mas é necessário dar bons produtos aos jovens. E a qualidade dum livro está no seu conteúdo ideológico e literário, mas também na sua apresentação.

Encontro-me a ler a Trilogia da Herança, escrita por Christopher Paolini (mais precisamente estou a meio do segundo volume, Eldest, editado pela Gailivro com tremendos erros de revisão).

Actualmente com 26 anos, Paolini iniciou a escrita deste projecto literário aos 15 anos, tendo conseguido a primeira edição e imediato sucesso aos 19 anos, pelo que se pode afirmar ser literatura dum jovem para outros jovens. Mas não se trata da análise da excelente e reconhecida obra de Paolini que aqui me traz.

Um texto pode ter uma narrativa cativante e ser bom de conteúdos, mas se estiver cheio de erros devidos a uma má revisão editorial, então não se pode esperar que seja uma fiável fonte de cultura e conhecimento. Se nos queixamos da falta de prática literária dos jovens e da má qualidade linguística das ferramentas que utilizam, como podemos esperar que eles se aperfeiçoem se não tiverem acesso a boas fontes. Não é com dicionários e gramáticas que se ensina a falar e escrever bem. É com bons livros, com bom jornalismo, com boa locução nas rádios e televisões, enfim, com cuidado e brio profissional nos veículos de disseminação de cultura e saber.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

IDOSOS EM CASA

Li em notícia recente num jornal português que há mais famílias optando por reterem em casa os seus parentes mais idosos ao invés de os enviarem para lares de terceira idade (nome bonito para asilos).

Será por amor? Será por solidariedade? Será por compaixão? Não! Nada disso! Trata-se apenas de calculismo. Com a desculpa que devido ao aumento do desemprego acaba por sobrar sempre alguém em casa desocupado e com disponibilidade para olhar pelos velhotes, a verdade é que assim sempre se pode contar com as pensões dos idosos para ajudar no insuficiente orçamento familiar.

Egoísmo?! Não creio que seja absoluto egoísmo, mas sim uma permuta pragmática. E desde que não maltratem os velhinhos eles até ficarão contentes de poderem participar da vivência do lar, tanto nas recolhas como nas entregas (entregam as suas parcas reformas em troca da companhia daqueles que amam).

Pois é... a crise instala-se e há que deitar mão a tudo que é oportunidade. Nem que para tal tenhamos de prescindir da nossa comodidade de não ter ninguém dependendo dos nossos cuidados.

Agora já os velhos não são um estorvo, nem as suas fraldas descartáveis uma nojice. Em tempos de crise os velhos tornaram-se uma mais valia.

E esta, hein?!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

COPA

Imaginem que na África do Sul estaria decorrendo o Encontro Mundial de Conhecimento e Cultura 2010.

O governo local teria construído vários grandes centros de ciência e cultura nas principais cidades. Havia erguido também grandes auditórios, onde agora se reuniam multidões para assistirem a seminários, palestras, recitais...

Pelos bares das cidades, em todo o país, gente oriunda de todo o globo se reunia em animadas tertúlias literárias, onde recitavam e apresentavam obras de autores das mais variadas origens e tradições.

Nas principais praças foram erguidos grandes palcos de imagem e som onde eram transmitidos os eventos que decorriam nos auditórios, para todos aqueles que não haviam conseguido entradas.

Por todo o mundo as cadeias de televisão faziam chegar a todos os lares as grandes conferências e...

Ok! Endoideci de vez! Podem chamar os paramédicos com o colete de força.

domingo, 13 de junho de 2010

DUAS MULHERES

Duas mulheres alinham-se para a corrida eleitoral à presidência do Brasil. Serão elegíveis numa sociedade latina de perfil machista?

O facto de duas mulheres se candidatarem a um elevado cargo político num país não é indicador duma completa emancipação da mulher na sociedade que as integra. Seria pura ilusão pensar que isso significaria que a mulher tem um estatuto de igualdade com o homem na sociedade brasileira.

Enquanto no quotidiano, no lar, em família, houver papeis, tarefas e lugares para mulheres e homens, não há uma igualdade de estatutos. Velhos hábitos e conceitos (preconceitos) ainda subsistem fortemente arreigados no pensamento brasileiro e nas tradições. Enquanto expressões como “uma mulher tem de saber qual é o seu lugar”, “uma mulher não pode fazer isto, ou aquilo”, “isso é tarefa de mulher”, forem regra a sociedade mostra que não soube evoluir e se contemporizar.

“O Brasil é conhecido por ser um pais de mulheres bonitas” é uma expressão que mostra bem o chauvinismo da sociedade brasileira. Mesmo quando são as próprias mulheres que assumem essa ideologia. A mulher que se molda ao ideal de beleza dos machos. A mulher que afirma que o seu objectivo maior na vida é casar. Tal como serem elas as primeiras a sair em campo criticando alguma sua congénere por ter ousado desafiar os padrões e tomar liberdades apenas consentidas aos homens. Tudo isso são indicadores do atraso ideológico duma sociedade que ainda se deixa regrar por padrões obsoletos imbuídos do mais boçal chauvinismo.

As sociedades de perfil latino mantêm um pensamento retrógrado. Mas embora sejam as mais resistentes à mudança, no nosso mundo ocidental, não são únicas. E por muitos factores aferidos nos novos meios de comunicação e formação, fica a impressão que as novas gerações não se apresentam tão revolucionárias como se esperaria. Muitos sectores de jovens assumem até posturas incrivelmente reaccionárias.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

TUTU

Este senhor é Desmond Tutu, bispo anglicano, Nobel da Paz e o Senhor Alegria, pois a Fé é isso mesmo: Alegria.

Foi com profundo deleite que assisti à irreverente intervenção do Arcebispo da Cidade do Cabo e Primaz da Igreja Anglicana da África Austral, na Celebração do Mundial de Futebol 2010, que teve lugar no Orlando Stadium na noite de 10/06/2010. Paramentado com os acessórios dum adepto dos Bafana Bafana, ele riu, dançou, cantou e encantou... gritou vivas e pôs todo o estádio a gritar e a rejubilar.

A religião não deve ser uma ameaça tenebrosa e sinistra dum sofrimento culpado. A religião não é a repetição enfadonha e inconsequente de rituais ostentatórios. A Religião é a celebração da Alegria da Vida.

Sem perder a sua critica incisiva e oportuna Desmond Tutu tem sabido manter sempre com humor o ânimo e a confiança na construção dum futuro melhor, para o seu país e para o mundo.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

ROUPAS

Em Aveiro (Portugal) um desfile com escolas do ensino primário e pré-primário, em comemoração dos 100 anos da República em Portugal, apresenta um grupo de crianças trajando o uniforme da Mocidade Portuguesa (organização infanto-juvenil da ditadura que governou no país até à Revolução de 1974, inspirada na Juventude Hitleriana).

Também em Portugal Associações de Pais de estudantes agitam-se por causa de regulamentos de certas escolas que tentam impor regras ao modo de alunos e professores se apresentarem nos estabelecimentos de ensino. O pretexto é de certas roupas não serem dignificantes do espaço e ambiente escolar.

Isto ainda me traz à lembrança a proibição, em certos países da Europa, de crianças e jovens estudantes se apresentarem nas escolas de véus e outros acessórios que lhes cubram a cabeça ou mesmo o rosto.

Assuntos polémicos, pois trazem à discussão o direito à liberdade de expressão, o respeito pela opinião dos outros e o direito de regulamentar do estado e seus organismos.

Parece-me que o bom senso deve imperar em tudo. Por certo que se a uns cabe o direito à liberdade de expressão e afirmação, aos outros também cabe o direito à tranquilidade. Certas modas de vestir são um verdadeiro assedio libidinoso; como calças escorregando traseiro abaixo até deixarem a descoberto os boxers tapando as nádegas (nos rapazes) e as mini-mini-saias ultra pequenas (nas raparigas). Para apresentar apenas dois exemplos.

E a utilização de uniformes nas escolas? Para alguns isso faz lembrar tiques de ditadura. E branqueia as injustiças sociais ao camuflar as diferenças de classe sob uma vestimenta artificial.

Muito difícil agradar a gregos e a troianos!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

HELENA E TERESA

Ao fim de quatro anos de luta por um sonho finalmente “em nome da Lei e da República Portuguesa Helena e Teresa estão unidas pelo casamento”. Foi o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo registado em Portugal.

Mas a luta não terminou. As duas mulheres irão continuar a viver numa semi-clandestinidade, para evitarem a segregação e perseguição por parte dos vizinhos e população em geral. É que não basta publicar uma lei de alteração de costumes se não se educar o povo para uma nova e mais justa realidade. Até TODOS entenderem o direito ao respeito e dignidade vai um grande hiato de educação indispensável para uma convivência pacífica com a diferença.

sábado, 5 de junho de 2010

NOVO ACTO DE PIRATARIA

O navio “Rachel Corrie”, remanescente da Flotilha da Liberdade, foi assaltado por militares israelitas e desviado da sua rota.

Como não encontraram resistência da tripulação e passageiros, os referidos militares puderam executar o seu trabalho limpinho e bonitinho. Israel já pode continuar com a sua politica prepotente de ocupação imperialista do território palestiniano e extermínio do povo palestino. O mundo vai continuar fechando os olhos; para mais com o Mundial de Futebol aí para distrair o povinho babaca.

É fartar, ó vilanagem!!!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A VOZ DOS DEUSES

Morreu João de Aguiar; A Voz dos Deuses.
Eternamente grato àquele que me levou a conhecer Viriato e o mundo em que viveu e onde se desenrolaram as suas aventuras.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O HOMEM E A CIDADE

50% da população mundial vive em cidades. Grandes metrópoles que tendem a crescer ainda mais, com mais gente chegando a cada dia. Espera-se que num futuro próximo 75% da população mundial esteja concentrada (melhor diria apinhada) em metrópoles desmesuradas.

Isso corresponde a uma falsa ideia de progresso. A ideia do quanto maior melhor é uma falácia dum tremendo complexo de inferioridade. Uma megalópole não proporciona melhores condições de vida aos seus habitantes; pelo menos à sua maioria, considerando que apenas uma minoria privilegiada usufrui de todos os recursos por ela disponibilizados.

As nossas cidades têm-se caracterizado por serem grandes concentrações de betão e asfalto, sem lugar algum para a Natureza. E é bom não esquecer que nós humanos somos parte integrante do sistema natural do planeta. Fomos nós que criámos o mundo artificial em que vivemos e não o inverso. Por mais urbanos que nos queiramos definir nunca deixaremos de ser elementos bio-culturais dum bioma maior e universal.

Se a tendência de crescimento das cidades é inevitável (apenas porque interesses económicos maiores assim pretendem e definem) ao menos que se tornem esses ciclópicos aglomerados mais humanos e próximos do que é natural.

Não basta ter pequenas ilhas de verde espalhadas no meio de imensos mares de betão. É necessário que o natural faça parte do quotidiano de todos. Não basta providenciar empregos para todos. É necessário que todos tenham acesso ao ócio e lazer. Não basta que cada um tenha um televisor em casa. É necessário que todos tenham acesso a uma cultura de qualidade. Não basta construir hospitais e centros de saúde. É necessário que todos tenham direito à saúde e a uma assistência clínica de qualidade. Não basta que todos tenham um automóvel à porta. É necessário que todos se possam mover com facilidade, conforto e rapidez por todo o tecido urbano. E acima de tudo é necessário que todos tenham igual acesso ao respeito e à dignidade.

A cidade é uma criação humana para humanos viverem. Então, humanizemos as cidades!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

MENOS ESCOLAS

O governo português vai fechar 900 escolas num processo de reorganização do sistema escolar. Penso eu que com o intuito de melhorar o sistema de ensino. Ou será que outros interesses possam estar acima da melhoria do ensino? Eu gostaria de acreditar que não. Mas eu serei sempre o utópico ingénuo!

Dessas 900 escolas, 500 já não abrirão em Setembro, no início do próximo ano lectivo.

O conjunto de todas as escolas a encerrar, segundo a ministra da educação, corresponde a 3,5 por cento das crianças que frequentam o primeiro ciclo. Mas desde quando o ensino pode ser gerido por números, como se de investimentos e lucros brutos se tratasse? As crianças não são gado e a educação é um direito fundamental, logo inegociável.

A intenção é encerrar todo o estabelecimento de ensino que tenha menos de 21 alunos. Defendendo tal medida a ministra diz que muito poucas crianças ficarão na eminência de transferência de estabelecimento de ensino. Nem que fosse só uma criança!

Qualquer sistema de ensino deve ser elaborado com espírito missionário e não por uma gestão empresarial de mercado.

Esta é mais uma acção num processo iniciado em 2005 e que já levou ao encerramento de 2500 escolas em todo o pais. A justificação é a de se encontrarem sem condições e sem recursos para o sucesso escolar. Ok! Se não está bom, então fecha-se. Melhorar para quê?

terça-feira, 1 de junho de 2010

BACULATION

Belém, Brasil, três adolescentes jogam futebol na rua e são interceptados por agentes da Policia. Os agentes da autoridade humilham os jovens, obrigando-os a dançarem uma coreografia, cantando um tema musical em voga nos meios marginais. Forçam os miúdos a sorrirem, enquanto se humilhavam. Acabadas as filmagens os jovens são libertados.

Um dos agentes educadores da população é a classe policial e toda a sua estrutura. Mas como ninguém dá aquilo que não tem, é necessário educar os agentes policiais para que eles dignifiquem a sua corporação e sejam motivo de respeito e orgulho dos cidadãos que é suposto protegerem.

Que educação podemos nós passar aos nossos jovens se os agentes da ordem não se apresentam dignos de ser respeitados? Todo mundo sabe que quem não respeita não pode exigir respeito. E temor nada tem a ver com respeito.

Numa sociedade saudável a Policia é respeitada e não temida. E quando assim não for é porque tudo está errado.

PS: Baculation é uma gíria que designa o acto de revistar um suspeito ao ser detido pelos agentes policiais.